Já está?

Já se pode respirar fundo?
39 pontos chegam?

Pelo sim, pelo não, é melhor mais alguns pontinhos. E talvez se levantarem a cabeça, encherem o peito e afinarem a pontaria, quem sabe a UEFA. E a Taça. Ou as duas.

O mito do eterno retorno

Houve quem pensasse que a caminhada do Vitória iria, a partir de «agora», apenas no sentido descendente. Confesso que, embora optimista, receei que isso fosse verdade. Mas não. Em Leiria, parece-me ter surgido um Vitória totalmente novo, mesmo mantendo praticamente a mesma equipa dos últimos jogos. A razão dessa aparição poderá estar na minha humilde premonição, em relação à presença de Rubinho na baliza. De facto, este guarda-redes brasileiro, com uma carreira já invejável, tem todos os argumentos para ser um dos pilares do sistema defensivo da equipa. E os outros jogadores sabem disso. Salvo o carisma que Marco Tábuas tem, as qualidades técnincas parecem-me ir todas num único sentido, ou seja, na estabilidade que mostraram ontem.

Pareceu-me, sem dúvida, uma defesa nova, com uma mentalidade radicalmente modificada, talvez pela presença (e a consciência disso) de um excelente guarda-redes atrás da defesa. Quanto ao ataque, a louvável segunda parte falou por si, tendo Carlitos abrilhantado um pouco mais as botas para, espero eu, ser titular no próximo jogo. Todas fortes razões para nos contrariar os pensamentos mais pessimistas e nos devolver a vontade de escrever aqui.

Sem vontade

... de escrever. Dois jogos, sete golos sofridos e um marcado.
Faltam sete pontos para a manutenção.
Sabemos que o Vitória, com a débil situação financeira, não pode ir muito longe. Ficar no primeiro escalão nacional é bom. É óptimo! Porém, criamos horizontes, tendo em conta a primeira volta, que nos trazem alguma amargura, quando jogo após jogo, algumas derrotas seguidas, nos sabem mal.
Ao fim e ao cabo, o campeonato do Vitória, este ano, parece-se com o do ano passado. Excelente primeira volta. Desastre total na segunda. Mas ainda há a Taça. Será que repetimos o feito da época transacta? Já que no campeonato estamos a copiar e bem (no traslado) a temporada anterior... venham os quartos-de-final, mas antes disso falta jogar, já na próxima semana, junto do rio Lis.
Para a semana há mais. Espero que a vontade de escrever sobre o Vitória regresse.

A balada do guarda-redes solitário

Tenho de louvar o homem que vem pôr ordem na defesa do Vitória e que deixa o Marco Tábuas descansado no banco.

Os lixados

Fomos lixados em Barcelos. Tantos galos! Uma mão cheia. Lixados estávamos, lixados lixámos o Lixa.
Quartos-de-final, aí vai o Vitória!

Grande Galo

... e não tenho mais nada a declarar sobre a última jornada.

Só espero que o Vitória não se "lixe" no jogo desta tarde (desculpem-me, mas o trocadilho era demasiado fácil...).

O mito de Sísifo

E a pedra voltou a rolar para a base da montanha. Parece ser quase sempre assim: no momento em que o Vitória consegue ter uma equipa sólida, alguns jogadores-chave abandonam o clube. Mesmo quando há bons jogadores que os substituem da melhor forma (e mando daqui um abraço para o Binho, nova alma da equipa), há qualquer aspecto supersticioso nos Invernos do Vitória que nos derreiam as forças. Prova disso é que, no ano passado, resistentes às «invasões financeiras», os jogadores mantiveram um plantel coeso até vencer a Taça de Portugal. Pelo contrário, neste momento soa-me que estamos a construir o plantel do zero outra vez.

Ainda assim, gostei do que vi contra a Académica. Um Auri que continua a fazer «das tripas coração», um meio-campo a todo o vapor, um Pedro Oliveira a merecer um lugar cativo na equipa inicial, um Varela a adaptar-se, e um Fonseca a mostrar que tem potencial. Do outro lado, louve-se Pedro Roma, que levou os 3 pontos para Coimbra, e um Hélio Roque, que defendeu bem a área da Académica.

Penso, no entanto, que o nosso campeonato não acabou, como sugerem algumas pessoas «exteriores» ao clube. O objectivo principal é ficar na primeira divisão, claro, mas ficou patente no Bonfim, na segunda-feira, que o Vitória tem qualidade para manter a posição que ocupa agora. Basta melhorar a finalização.

E, já agora, também aproveito para mandar um grande abraço para o 4º árbitro (Bruno Paixão, presumo) e para o fiscal-de-linha que terá assinalado, simultaneamente, um fora-de-jogo a favor do Vitória e um golo a favor da Académica. Obrigado por, através da vossa grande qualidade e visão, fazerem do futebol um jogo tão sério. E tão pateta.