O mito de Sísifo

E a pedra voltou a rolar para a base da montanha. Parece ser quase sempre assim: no momento em que o Vitória consegue ter uma equipa sólida, alguns jogadores-chave abandonam o clube. Mesmo quando há bons jogadores que os substituem da melhor forma (e mando daqui um abraço para o Binho, nova alma da equipa), há qualquer aspecto supersticioso nos Invernos do Vitória que nos derreiam as forças. Prova disso é que, no ano passado, resistentes às «invasões financeiras», os jogadores mantiveram um plantel coeso até vencer a Taça de Portugal. Pelo contrário, neste momento soa-me que estamos a construir o plantel do zero outra vez.

Ainda assim, gostei do que vi contra a Académica. Um Auri que continua a fazer «das tripas coração», um meio-campo a todo o vapor, um Pedro Oliveira a merecer um lugar cativo na equipa inicial, um Varela a adaptar-se, e um Fonseca a mostrar que tem potencial. Do outro lado, louve-se Pedro Roma, que levou os 3 pontos para Coimbra, e um Hélio Roque, que defendeu bem a área da Académica.

Penso, no entanto, que o nosso campeonato não acabou, como sugerem algumas pessoas «exteriores» ao clube. O objectivo principal é ficar na primeira divisão, claro, mas ficou patente no Bonfim, na segunda-feira, que o Vitória tem qualidade para manter a posição que ocupa agora. Basta melhorar a finalização.

E, já agora, também aproveito para mandar um grande abraço para o 4º árbitro (Bruno Paixão, presumo) e para o fiscal-de-linha que terá assinalado, simultaneamente, um fora-de-jogo a favor do Vitória e um golo a favor da Académica. Obrigado por, através da vossa grande qualidade e visão, fazerem do futebol um jogo tão sério. E tão pateta.