Janício
Este ano tem sido um ano de verdadeiros altos e baixos. Acabou-se a tendência para a fase ascendente seguida de uma inevitável fase descendente. Não, a época tem sido realmente desigual. Só assim se explica que o Vitória possa perder 5-0 com uma equipa bastante frágil ao mesmo tempo que vence alguns dos melhores plantéis.
No entanto, nem todos os jogadores tem grandes fatias da culpa colectiva dos desaires do ano. Se, por um lado, temos alguns bons jogadores (na sua maioria com enorme potencial e, por enquanto, pouco mais do que isso) que gostam de jogar bem apenas quando o vento sopra a seu favor ou quando dormiram generosamente, por outro, temos alguns jogadores subvalorizados que têm dado o seu melhor em quase todos os momentos da equipa. E Janício é um deles. Talvez o mais flagrante: de suplente do Torreense passou a titular indiscutível no Vitória, fazendo do trabalho e das circunstâncias favoráveis (nenhum defesa-direito à altura) as suas únicas armas para se apresentar ao treinador. Foi o que bastou para mostrar que tem muito mais valor do que parece. Um homem que aposta tudo na concentração defensiva, não gostando de prescindir do seu cantinho na defesa para aventuras estrondosas e exibicionistas no ataque.
Por estas e por outras tem sido um dos jogadores por quem tenho mais simpatia e mais confiança, mais não seja pela sua regularidade. E para quem ri muito só de ouvir o seu nome (um melífluo Janício, que poderia ser o nome de um avançado da Juventus), fique sabendo que é o único jogador do Vitória com lugar essencial na sua selecção.