O nosso 12º jogador

Rubinho, para além de ter confirmado as minhas impressões positivas sobre a sua grande qualidade (longínquas é certo, do tempo em que jogava na selecção brasileira da rapaziada), mostrou ainda que é um dos mais seguros e mais serenos guarda-redes a jogar em Portugal, apenas comparável a Vítor Baía. Desde que chegou que eu augurei, numa empresa suicida, grandes feitos para este homem, e ainda bem que estava certo. E posso dizer o que alguém me pediu para dizer: foi a «prova provada». Mas há algo em Rubinho que me faz sentir agora mais seguro para a final da Taça: Rubinho tem uma cunha no Senhor. A verdade é que, quando o Vitória sofreu o golo na meia-final, perdi todas as esperanças. No entanto, estranhamente, pouco depois, as câmaras filmaram Rubinho de joelhos no chão, de mãos juntas a olhar para o céu e depois concentrando-se imenso numa oração, dizendo palavras que ninguém podia perceber, e nunca perceberemos de facto - o que faz o momento ainda mais especial. Mas dizia eu, quando vi Rubinho a rezar ao Senhor lá no alto, voltei a acreditar em algo que parecia impossível depois de um jogo tão fraco e tão mal arbitrado. Se Rubinho meteu a cunha, Auri recebeu a graça d'Ele. Que continuou nos penáltis.
Tudo isto me quer fazer parecer que, se Ele estiver acordado, vamos com mais um para Jamor.