O que sofre quem não conhece o nome dos jogadores
O exercício da escrita dificilmente contorna a utilização da referencia a um músculo - orgão maior da materialização dessa coisa estranha que é a emoção. O coração, músculo capital, cujos humores nos orientam os dias, acaba por ser o ditador, o nosso ditador pessoal, que sente, por vezes, a necessidade de impor a sua presença e autoridade através de "esticões" forma outra de dizer: "tem lá atenção, ó rapaz, cuidadinho". Damos-lhe muito trabalho, é certo.
A verdade é que este músculo, este capitão das emoções, compreende a necessidade de horas extraordinárias, compreende a necessidade de esforço acrescido, de maior resistência nos momentos mágicos da bola.
Lá está a peleja, ao domingo, ouvida ao longe, pela rádio que por esses dias a imagem era rara e não dada às artes do ecrã.
O relator em relato, em corrida, as palavras disparadas, matraqueadas. As jogadas, os jogadores em sucessão, a bola que desaparece, o anúncio que surge "gaita, acabem lá com isso", a confusão, não conhecer os nomes dos jogadores, a jogada perigosa, o relator anunciando a iminência do golo, a bola dominada pelo artista "mas de que equipa, valha-nos Deus", o coração que dispara em ritmo demencial, o ouvinte desorientado, a tensão, o golo por fim, o grito do homem da rádio, a palavra "golo" solta pelas ondas hertzianas em fôlego interminavel, o ouvinte esgotado tem a respiração em suspenso, confuso, não sabe se feliz se em desespero, em segundos percebe a necessidade de conhecer os nomes dos jogadores do seu Vitória, o relator que esgota o ar dos pulmões numa sessão de palavras assobiadas, por fim a revelação: "Golo do vitória, caramba".
O ouvinte, já não em tensão, já desgastado, afaga o peito em jeitos de agradecimento cumplice com o músculo - esse irmão no sofrimento que lhe aguenta estas exigências tamanhas - estão os dois cansados, arrasados, mas felizes: ganhou o Vitória de Setúbal, chiça!
A verdade é que este músculo, este capitão das emoções, compreende a necessidade de horas extraordinárias, compreende a necessidade de esforço acrescido, de maior resistência nos momentos mágicos da bola.
Lá está a peleja, ao domingo, ouvida ao longe, pela rádio que por esses dias a imagem era rara e não dada às artes do ecrã.
O relator em relato, em corrida, as palavras disparadas, matraqueadas. As jogadas, os jogadores em sucessão, a bola que desaparece, o anúncio que surge "gaita, acabem lá com isso", a confusão, não conhecer os nomes dos jogadores, a jogada perigosa, o relator anunciando a iminência do golo, a bola dominada pelo artista "mas de que equipa, valha-nos Deus", o coração que dispara em ritmo demencial, o ouvinte desorientado, a tensão, o golo por fim, o grito do homem da rádio, a palavra "golo" solta pelas ondas hertzianas em fôlego interminavel, o ouvinte esgotado tem a respiração em suspenso, confuso, não sabe se feliz se em desespero, em segundos percebe a necessidade de conhecer os nomes dos jogadores do seu Vitória, o relator que esgota o ar dos pulmões numa sessão de palavras assobiadas, por fim a revelação: "Golo do vitória, caramba".
O ouvinte, já não em tensão, já desgastado, afaga o peito em jeitos de agradecimento cumplice com o músculo - esse irmão no sofrimento que lhe aguenta estas exigências tamanhas - estão os dois cansados, arrasados, mas felizes: ganhou o Vitória de Setúbal, chiça!
2 Comentários:
Às 1:05 da tarde , CMC disse...
Belo texto Luís!
Tal como a música brasileira: "agora aguenta coração".
Às 7:33 da tarde , Anónimo disse...
Excellent, love it! viral shedding valtrex asia sex video Alarm car group option 20 Fluoxetine 10mg fat girls naked on a bed Discount site meridia medication to calm down dogs Percocet with valium mp3 players Casino quality blackjack table rhyming bingo Big natural amatuer breasts Levitra review cialis Reliable dishwashers Free webcam live of naked girls free sex story assm Roulette pro Paxil verses zoloft Mini face lift cost
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