Bonfim

Um blogue de vitorianos

terça-feira, abril 22, 2008

Decisivo: ganhar ao Leixões e ao Estrela


Para além da defesa, também o ataque tem sido um conjunto de múmias nos últimos jogos. Medo de arriscar, falta de empenho no relvado, pouco pulmão (compreensível) e pouca fibra (cansaço mental também). No entanto, um homem tem dado o exemplo: Cláudio Pitbull. Ele, que já se revelou muito mais disponível para voltar ao Porto ou sair para outro país do que ficar no Vitória, tem sido o que mais garra empresta ao Vitória. Corre, corre, corre, joga, passa, remata, finta. Não defende bem, mas persegue os jogadores adversários até estes soltarem a bola para outro. Mete medo às outras equipas, mas inspira os adeptos. Não percebo porque não pode inspirar o resto do plantel para estes jogos decisivos... Estrela da Amadora e Leixões são os próximos adversários do Vitória, em jogos decisivos para o futuro desportivo e financeiro da equipa.

A UEFA traz algum dinheiro, traz jogadores (olhem que o Braga não vai à Europa, lembrem-se disso) e traz esperança em chegar longe numa competição daquele nível. Cláudio Pitbull não tem interesse pessoal nisso, mas e os outros? Vamos apoiar a equipa, já que não é só de Taças que se vive. Só se pensa em golos, defender penáltis e erguer taças, mas é nos Vitória-Estrela e Vitória-Leixões que se «faz» um campeonato. Temo-lo feito esta época: vamos continuar o bom trabalho! Para que o jogo com o Benfica já só seja um jogo para... vá lá, brincar com o adversário? Espero que sim.

Defesa desconcentrada


No entanto, um «puxão de orelhas» tem de ser dado à equipa que jogou ontem contra o Belenenses: que desconcentração... Uma estratégia falhada que jogar com a defesa em linha, que propiciou ataques completamente infantis do Belenenses, com situações de 3 para 1 em alguns casos, foi apenas a ponta do iceberg. O desaire começou logo nos primeiros minutos do jogo, quando os erros começaram a aparecer: falhas de intercepção da bola sem oposição (adalto), tentativas de toque de primeira na bola (Róbson) completamente desastrosas, falhas de marcação (Auri), etc, etc. Muito se poderia dizer de uma equipa que tem estado, defensivamente, na sua pior fase da época. O próprio Sandro, que tem sido um pilar do «músculo» (literalmente) do meio-campo vitoriano, tem sido uma nulidade no apoio ao eixo da defesa, e os jogos com o Porto foram exemplo flagrante disto, com Lucho González a surgir sempre isolado.

O problema destas falhas é que os jogadores que nós temos vindo a acompanhar desde o princípio da época são os mesmos, e são jogadores de grande classe. Talvez à excepção de Jorginho (que me parece o elo mais fraco do onze inicial, ainda que fosse titular em algumas das equipas da Primeira Liga), todos os outros elementos que compuseram o quarteto defensivo do Vitória têm sido imaculados. O descalabro parece ter começado mesmo no jogo fora com a Académica, com uma quebra de confiança tanto no jogo com bola como nos posicionamentos sem bola.

A rever o aspecto psicológico em campo, sobretudo agora que Carvalhal não pode estar presente no relvado, já que o Vitória não pode jogar só para os troféus. Ficar em 5º lugar ou, no mínimo, em 6º é um objectivo que não podemos deixar fugir agora que o temos na mão. Seria o nosso título principal de 2007/2008, garantir estes lugares e, consequentemente, a Europa.

É pena


É pena que o Vitória, que tem uma das melhores épocas dos últimos anos e, talvez, a nível de expectativas, o melhor desempenho da Primeira Liga, se esteja a ir abaixo. As razões são muitas: cansaço, falta de alternativas no banco/profundidade do plantel (para rotatividade), desânimo provocado pela eliminação da Taça de Portugal e, enfim, a impossibilidade de chegar ao 2º lugar. Eu, ao contrário de muitos adeptos que têm insultado a equipa e, inclusivamente, insultado Carlos Costa quando o vitória perdeu com o Porto para a Taça (patetica demonstração de falta de cérebro das massas), não esqueço a época que estamos a fazer desde o início. O tabalho desenvolvido não se vê nos jogos do fim da época, vê-se ao longo de todo o ano, e é isso que muitos se têm esquecido. Grande Carvalhal, fica para o próximo ano! Esta será e nossa contratação mais importante, se o conseguirmos manter.